Os direitos e deveres de um terapeuta de Reiki
Novembro 21, 2017
Ser terapeuta de Reiki acarreta não só direitos como deveres, tal como em qualquer profissão. Contudo, considero, pela minha experiência, que esta é uma área onde os deveres se sobrepõem, e de que maneira, aos direitos.
Passo a explicar. Os direitos de um terapeuta são simples: ter direito à sua integridade, à sua segurança, ao respeito por parte do seu paciente e ao pagamento pelos serviços prestados, entre outros.
Já os deveres são inúmeros. Os deveres de um terapeuta de Reiki passam não só pelos deveres para com o paciente mas para consigo próprio. Se para o paciente devemos sempre ser cordiais, respeitosos e cuidadosos, respeitar a dignidade e integridade da pessoa, proteger a confidencialidade das sessões e trabalhar de forma honesta, para nós próprios temos também o dever de nos prepararmos devidamente para uma sessão, não só fisicamente como mentalmente.
Antes de uma sessão, temos o dever de preparar o espaço para receber da melhor maneira possível as pessoas, seja colocar tudo no sítio, tornar o espaço confortável ou "limpá-lo" se tivemos uma sessão anteriormente. Mas temos também de ter uns minutos para nós, para nos centrarmos em nós próprios e nos prepararmos para ajudar o próximo. E isso exige muito do terapeuta, pelo menos para os que realmente têm como intenção proporcionar o bem-estar de quem o procura.
Para mim, o principal dever do terapeuta de Reiki é precisamente este: estar bem para poder tratar do outro. Porque os terapeutas também são humanos, também têm problemas e dias menos bons, mas têm de fazer o seu trabalho com toda a dignidade e seriedade. E, para isso, precisam de estar bem.
Em muitas profissões, se estamos com problemas pessoais, o trabalho, por vezes, até pode ajudar a aliviar esses pensamentos mais negativos ao ocupar a nossa mente com outras coisas. Mas ao ser terapeuta de Reiki não é tão simples assim, pelo menos para mim. Uma sessão de Reiki pode ser bastante desgastante para um terapeuta, principalmente se não estiver ele próprio a 100 por cento.
Alguns dos meus pacientes podem estranhar o facto de, durante alguns dias, às vezes semanas, não marcar consultas. Tal não acontece por esquecimento ou excesso de trabalho. Isso deve-se ao facto de eu nunca fazer uma sessão quando não me sinto totalmente bem para a fazer. Não que os meus problemas possam afetar de alguma forma a pessoa que vou atender, nada disso. Simplesmente sei que posso não estar a 100%, que me posso distrair e que não irei estar totalmente focada no serviço que vou prestar. E a minha consciência não me permite ajudar sem ter a certeza que estou bem para o fazer.
Porque, para mim, ser terapeuta de Reiki também tem outro dever: o dever de credibilizar a prática terapêutica. E, para isso, tenho de estar totalmente focada no que estou a fazer, devidamente preparada e com a certeza que consigo dar o meu melhor e mostrar às pessoas o verdadeiro Reiki, sem enganos nem misticismos.
Quem nos garante que, aquela sessão que experimentamos e não gostamos, foi exatamente porque a pessoa que nos fez Reiki não estava devidamente preparada? Nestes casos, ficamos com uma má ideia do Reiki, e é isso que também quero combater, a ideia errada que muitos ainda têm desta terapia complementar.
Para isso, utilizo o Reiki em mim, diariamente, para que possa ajudar o próximo. Porque se estou a prestar um serviço, pago, esse mesmo serviço tem de ser exemplar. Aliás, se tenho sessões marcadas, no dia anterior, é certo e seguro que irei fazer um autocura mais profunda, para garantir que me purifico e estou preparada para ser um canal de Reiki que irá ajudar alguém que precisa.
No fundo, utilizo sempre a máxima "não faças aos outros o que não gostarias que fizessem a ti", ou, utilizando um dos princípios do Reiki "Só por hoje, trabalho honestamente". Para mim, trabalhar honestamente é isto.